Depois daquele dia
horrível saí do grande salão e fui andando naquela rua escura, já era meia
noite, eu não conseguia entender que ela morreu tão jovem minha amiga de infância
mal completara 20 anos e por um acidente de carro, acabara ali naquele estado.
O caminho de casa
era longo, resolvi sair do velório antes de todos, pois não agüentava o fato de
ter perdido Valéria e ver o corpo dela inerte, sabendo que ela não iria mais
voltar. Afastando-me acabei me sentindo um pouco melhor, resolvi ir direto pra
casa tomar um café quente com torradas e dormir, no dia seguinte teria que ir
para o trabalho.
Após 2 horas de
caminhada finalmente cheguei ao prédio que morava, era pequeno de três andares
com de tijolo, abri o portão marrom e subi as escadas de madeira conservadas até
meu pequeno apartamento no terceiro andar, que finalmente estava arrumado e
limpo. Apesar de meu grande interesse em descansar, tinha que comer alguma
coisa, um pão com café ou frutas.
Os últimos dois
dias estive com Valéria no hospital na parte da noite, sabendo que no dia
seguinte teria que trabalhar, era tudo o que poderia fazer por ela mesmo não
tendo chances de melhora, todavia não imaginava que iria falecer tão rápido.
No dia seguinte levantei cedo, tomei meu café
com bolo e fui trabalhar nada melhor que ter o que fazer quando se está abalada
com a morte de alguém, pensei que poderia me recompor a cada dia fazendo programações
de passeios, viagens além de meus deveres.
Depois de um dia
de trabalho cheguei em casa muito cansada, e fui assistir um pouco de televisão,
quando ouvi uma batida na porta, fiquei surpresa porque há tempo ninguém me
visitava tão tarde, mas fui ver quem era, e para minha surpresa a irmã de minha
falecida amiga.
Vanessa irmã de
Valéria e eu conversamos na sala por duas horas, a situação era um pouco
delicada, pois segundo ela eu teria que ir a casa de Valéria pegar as coisas
dela pois a casa seria vendida, e todos os pertences dela seriam meus, Vanessa
não queria ficar com nada, a morte da irmã fora muito dolorosa pra ela e com os
pertences seria ainda mais, como eu já tinha superado um pouco aceitei a
oferta, ela me agradeceu e disse que no dia seguinte iria me encontrar para
levar-me até a casa de Valéria.
No dia seguinte estava
de folga de meu trabalho, consegui isso devido ao meu desempenho, enfim eu e
Vanessa nos encontramos ás 9:30 no café próximo de onde moro, tomamos um
capuccino e ela me levou até a casa entrei no carro dela, muito chique, com
bancos macios de couro, computador de bordo, e com muito espaço.
Eu observava a
paisagem, no começo maravilhosa a bela cidade q morávamos, mesmo eu conhecendo
Valéria á tantos anos, nunca tinha ido a casa dela, e nesse dia percebi o
quanto é longe, um pouco afastada da cidade, segundo Vanessa, mas eu já pensava
que era extremamente longe.
Finalmente depois
de 1hora chegamos, era uma casa grande até, estava inteira, mas dava calafrios,
o lugar era praticamente deserto, sai do carro e fui andando em direção a casa
juntamente com Vanessa, tinha uma pequena escada que dava para a varanda e a
porta era de um marrom escuro. Logo depois Vanessa abriu a porta e aquele
cheiro de casa fechada, também fazia um mês q ninguém entrara na casa.
Vanessa me disse
que eu poderia pegar tudo, me deu a chave e me levou de volta iria no fim de
semana emprestar a caminhonete de um velho amigo meu para buscar as coisas. Liguei
para esse meu amigo o Julio e pedi a caminhonete dele emprestada, ele concordou
e eu iria buscá-la domingo bem cedo.
Domingo
chegou rápido, com tanto envolvimento onde eu trabalho não senti os dias se
passarem. Acordei cedo e e fui á casa de Julio buscar a caminhonete, era perto
e conseguir ir andando, quando cheguei apertei a campainha e ele apareceu todo
sorridente, não só iria me emprestar, como iria me
acompanhar também, fomos á essa tarefa, conversando, chegamos rápido até desci
abri a casa e fomos colocando tudo na caminhonete, o que dava claro, havia móveis
pesados e difíceis de carregar, esses tinham de ser deixados, terminamos ao
escurece, mas finalmente conseguimos chegar, descarregar e logo julio foi para
a casa com os móveis e eu fiquei com o pertences menores cabíveis em meu
apartamento.
Assim eu percebi
que seguir em frente era o melhor a fazer,mesmo com saudades de minha velha
amiga, mas também poderia fazer novas amizades e seria feliz, e finalmente
estava mais alegre e disposta a novas descobertas e planos, e finalmente eu era uma nova pessoa pronta a seguir em frente