terça-feira, 10 de janeiro de 2012

A perda e a mudança


   Depois daquele dia horrível saí do grande salão e fui andando naquela rua escura, já era meia noite, eu não conseguia entender que ela morreu tão jovem minha amiga de infância mal completara 20 anos e por um acidente de carro, acabara ali naquele estado.
   O caminho de casa era longo, resolvi sair do velório antes de todos, pois não agüentava o fato de ter perdido Valéria e ver o corpo dela inerte, sabendo que ela não iria mais voltar. Afastando-me acabei me sentindo um pouco melhor, resolvi ir direto pra casa tomar um café quente com torradas e dormir, no dia seguinte teria que ir para o trabalho.
   Após 2 horas de caminhada finalmente cheguei ao prédio que morava, era pequeno de três andares com de tijolo, abri o portão marrom e subi as escadas de madeira conservadas até meu pequeno apartamento no terceiro andar, que finalmente estava arrumado e limpo. Apesar de meu grande interesse em descansar, tinha que comer alguma coisa, um pão com café ou frutas.
   Os últimos dois dias estive com Valéria no hospital na parte da noite, sabendo que no dia seguinte teria que trabalhar, era tudo o que poderia fazer por ela mesmo não tendo chances de melhora, todavia não imaginava que iria falecer tão rápido.
    No dia seguinte levantei cedo, tomei meu café com bolo e fui trabalhar nada melhor que ter o que fazer quando se está abalada com a morte de alguém, pensei que poderia me recompor a cada dia fazendo programações de passeios, viagens além de meus deveres.
     Depois de um dia de trabalho cheguei em casa muito cansada, e fui assistir um pouco de televisão, quando ouvi uma batida na porta, fiquei surpresa porque há tempo ninguém me visitava tão tarde, mas fui ver quem era, e para minha surpresa a irmã de minha falecida amiga.
     Vanessa irmã de Valéria e eu conversamos na sala por duas horas, a situação era um pouco delicada, pois segundo ela eu teria que ir a casa de Valéria pegar as coisas dela pois a casa seria vendida, e todos os pertences dela seriam meus, Vanessa não queria ficar com nada, a morte da irmã fora muito dolorosa pra ela e com os pertences seria ainda mais, como eu já tinha superado um pouco aceitei a oferta, ela me agradeceu e disse que no dia seguinte iria me encontrar para levar-me até a casa de Valéria.
     No dia seguinte estava de folga de meu trabalho, consegui isso devido ao meu desempenho, enfim eu e Vanessa nos encontramos ás 9:30 no café próximo de onde moro, tomamos um capuccino e ela me levou até a casa entrei no carro dela, muito chique, com bancos macios de couro, computador de bordo, e com muito espaço.
    Eu observava a paisagem, no começo maravilhosa a bela cidade q morávamos, mesmo eu conhecendo Valéria á tantos anos, nunca tinha ido a casa dela, e nesse dia percebi o quanto é longe, um pouco afastada da cidade, segundo Vanessa, mas eu já pensava que era extremamente longe.
    Finalmente depois de 1hora chegamos, era uma casa grande até, estava inteira, mas dava calafrios, o lugar era praticamente deserto, sai do carro e fui andando em direção a casa juntamente com Vanessa, tinha uma pequena escada que dava para a varanda e a porta era de um marrom escuro. Logo depois Vanessa abriu a porta e aquele cheiro de casa fechada, também fazia um mês q ninguém entrara na casa.
     Vanessa me disse que eu poderia pegar tudo, me deu a chave e me levou de volta iria no fim de semana emprestar a caminhonete de um velho amigo meu para buscar as coisas. Liguei para esse meu amigo o Julio e pedi a caminhonete dele emprestada, ele concordou e eu iria buscá-la domingo bem cedo.
    Domingo chegou rápido, com tanto envolvimento onde eu trabalho não senti os dias se passarem. Acordei cedo e e fui á casa de Julio buscar a caminhonete, era perto e conseguir ir andando, quando cheguei apertei a campainha e ele apareceu todo 

sorridente, não só iria me emprestar, como iria me acompanhar também, fomos á essa tarefa, conversando, chegamos rápido até desci abri a casa e fomos colocando tudo na caminhonete, o que dava claro, havia móveis pesados e difíceis de carregar, esses tinham de ser deixados, terminamos ao escurece, mas finalmente conseguimos chegar, descarregar e logo julio foi para a casa com os móveis e eu fiquei com o pertences menores cabíveis em meu apartamento.
   Assim eu percebi que seguir em frente era o melhor a fazer,mesmo com saudades de minha velha amiga, mas também poderia fazer novas amizades e seria feliz, e finalmente estava mais alegre e disposta a novas descobertas e planos, e finalmente eu era uma nova pessoa pronta a seguir em frente